- Porto de Mós
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História
Parte integrante do Parque Natural da Serra de Aire e Candeeiros, o Município de Porto de Mós oferece cenários naturais únicos que convidam à descoberta. A região de Porto de Mós foi povoada desde a Pré-história Antiga, sendo as marcas do povoamento mais evidentes a partir da romanização, como o atesta a via romana de Alqueidão da Serra, bem conservada numa extensão de 400 m. Na época medieval, o período islâmico termina em meados do século XII, com a invasão cristã vinda de norte. Neste período de formação de Portugal, o castelo de Porto de Mós desempenha um papel de controlo dos corredores naturais de circulação através do Maciço Calcário estremenho, que ligavam a Alta Estremadura ao Médio Tejo.
Já nos finais do século XIV, Porto de Mós ganha relevância por aqui, no planalto de São Jorge, se ter desenvolvido a mais emblemática batalha da história de Portugal, a Batalha de Aljubarrota. Foi na vila e no seu castelo que se abrigaram as tropas na véspera do confronto. Desde então, Porto de Mós foi-se desenvolvendo num clima de ruralidade, apenas quebrado no século XV, quando D. Afonso, IV Conde Ourém e neto herdeiro de D. Nuno Álvares Pereira, transforma a fortaleza num paço de inspiração já renascentista. O caráter rural de Porto de Mós é bem evidente no próprio nome, que nos remete, por um lado, para a designação “porto”, associada a local de passagem, e ao topónimo “mós”, que se encontra ligado à indústria moageira, compreendendo esta o fabrico de mós, as azenhas, já referenciadas por D. Dinis no Foral de 1305, e os moinhos de vento que irão chegar nos séculos seguintes.
A riqueza natural e cultural da região, de uma beleza tão deslumbrante quanto agreste, remete-nos para o viver da gentes serranas, habituadas a uma economia de subsistência que, com a recente exploração de calcários, deu um salto qualitativo nas condições de vida. Nas regiões mais férteis do concelho, a noroeste, os pomares e o pinhal são pontuados pelas indústrias do barro para construção, mas também de função utilitária e decorativa, entre as quais a azulejaria e a olaria de barro vermelho ganham relevância.
Nas serras do maciço calcário, atividades como o desporto de natureza e a espeleologia têm vindo a conquistar um número crescente de adeptos, justificando mais demoradas visitas. Por Porto de Mós passa o Caminho da Nazaré, um itinerário de peregrinação que liga os santuários marianos de Fátima e de Nossa Senhora da Nazaré. E não é só a geografia que justifica este caminho contemplativo. É também a história e o imaginário. Não fora a figura mítica de D. Fuas Roupinho, primeiro alcaide de Porto de Mós, o protagonista do milagre da Nazaré.
A ‘Vila Forte’, como Luís de Camões a apelida em ‘Os Lusíadas’, revela um encanto muito especial e a visita ao seu peculiar castelo é apenas um pretexto para ir à descoberta de um território recheado de contrastes, paisagens calcárias únicas e lugares de relevância histórica ímpares.