Exposição Risca, risca - Uma retrospetiva por Manuela Crespo

"Risca, risca - Uma retrospetiva" é a exposição de Manuela Crespo, que reune obras com técnicas diferentes numa sinopse dos trabalhos de experimentação que a artista tem vindo a desenvolver. Sem medo de arriscar e de aprender, Manuela Crespo apresenta-nos a sua coleção numa exposição que estará patente na Central das Artes até 30 de agosto.

Quem sou eu?

Manuela Crespo, nasci em 1961 e sou natural de Lisboa, mas tenho Porto de Mós no coração.

Sou alguém que adora rabiscar. E brincar. A minha mente é habitada por adoráveis seres imaginários que insistem em saltar para o papel, às vezes, nas horas mais inapropriadas.

Há muito tempo, andei a aprender como libertar esses seres que me habitam na Sociedade Nacional de Belas Artes, uma escola de arte em Lisboa e o resultado está à vista. Fiz mais tarde uma especialização em ilustração e outra em gravura, sem mencionar as oficinas sobre tudo e mais alguma coisa relacionada com o “trabalhar em papel” (colagem, monotipias, composição etc.). Descobri a Contraprova, uma associação de gravura contemporânea, onde aprendi as técnicas clássicas de gravura em metal e outras menos comuns, como a japonesa Moku Hanga e a gravura em pacote de leite. Desenvolvo a minha atividade de pesquisa em gravura na área da colagrafia, onde vale tudo, até grãos de café. As minhas técnicas favoritas são o Desenho, a Gravura e a Colagem: é maravilhoso misturá-las todas pois o resultado é sempre inesperado.

Desde 1999 tenho escrito, ilustrado e publicado alguns livros infantis. Fiz também muitas exposições e oficinas de escrita criativa, gravura e ilustração para crianças e adultos.

Também vejo e trato muitos pacientes porque sou neurologista e é isso que nós, neurologistas, fazemos! Por vezes os pacientes gentilmente cedem-me muitas ideias que eu mantenho guardadas no fundo da minha mente o dia todo e só as deixo sair à noite, altura extraordinária do dia em que a minha mão direita começa a ter uma vida independente comandada por uma parte misteriosa do meu cérebro.

Criei em 2018 o meu próprio atelier de gravura, o «Tarlatana Studio» na Aldeia do Meco, lugar este onde a relva cresce devagar e a tarde me embala com os seus rumores de mar, pelo que trabalhar lá é realmente um prazer.

Venho agora a esta terra da minha infância, a do Castelo, rever os amigos e mostrar o que tenho andado a fazer estes anos todos.

Manuela